15/10/2009

Expansão da internet rápida no País passa por investimento em infraestrutura e incentivo por parte do poder público, defendem profissionais do setor.

A disseminação da banda larga é estratégica para o País, seja para o desenvolvimento de negócios, seja como fator de inclusão social. Até aí, nenhum dos debatedores do painel "A evolução da banda larga no Brasil e seus impactos nos negócios atuais e futuros", realizado na tarde desta quarta-feira (14/10) na Futurecom, discorda. O evento discute as tendências na área de tecnologia e telecomunicações.

Os diferentes pontos de vista surgem quando entra em pauta o debate sobre as melhores soluções para vencer os obstáculos que atrapalham o desenvolvimento da internet rápida no Brasil.

Menos impostos

O discurso das operadoras de telefonia bate na tecla de que uma medida fundamental é a redução de impostos do setor de telecomunicações. Assim, seria possível diminuir o custo do serviço, o que atrairia mais usuários - hoje, o País conta com cerca de 18 milhões de assinantes de banda larga, dos quais aproximadamente 12 milhões usuários de internet fixa e 6 milhões, de web móvel.

É o que defende Paulo Cesar Teixeira, vice-presidente de operações da Vivo. "O total de tributos sobre serviços de telecomunicações no Brasil chega a 42%. É muito elevado. Deveria haver uma redução gradativa nos impostos, algo que seria compensado com o aumento na base de clientes", afirma ao IDG Now!.

"O Brasil deveria dar um tratamento diferenciado para a banda larga", reforça Teixeira. Como argumento, relembra os efeitos benéficos que os incentivos fiscais à produção de computadores proporcionou para as vendas desse setor, expansão que ajudou a diferentes segmentos ligados à cadeia de negócios de tecnologia e internet.

Ao ouvir argumentos em defesa da redução de impostos, o diretor de serviços e de universalização de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Átila Augusto Souto, faz cara de paisagem. Mas ele se apressa em dizer que, com os atuais preços estipulados no mercado, não será possível ampliar consideravelmente a adoção da internet rápida.

"Em quatro anos, o mercado de banda larga fixa estará saturado, porque a classe A está atendida quase que integralmente, o que acontecerá com a B também. Esse fenômeno alcançará a C em breve. Isso quer dizer que, com os preços de hoje, não dá. Para atrair outros públicos, serão necessários outros valores", defende Souto.

Sem revelar detalhes, ele afirma que o órgão governamental já tem pronto seu plano nacional de banda larga, que deve ser anunciado em novembro. "O projeto está sendo apresentado agora para as operadoras, para que elas façam suas observações", disse Souto.

Copa e Olimpíada

Francisco Giacomini Soares, diretor da Qualcomm, ressalta a necessidade de expansão da capacidade das redes. "E essa questão passa necessariamente pelo marco regulatório do setor."

Wilson Cardoso, da Nokia Siemens, relembra que o Brasil sediará dois eventos de grande porte, a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
"Na Olimpíada de Pequim, em 2008, havia cerca de 45 mil pessoas conectadas ao mesmo aos serviços de voz perto do Ninho do Pássaro, local que abrigou os principais torneios. Algo muito parecido vai acontecer no Rio de Janeiro em 2016. Temos de estar preparados."

Fonte: http://idgnow.uol.com.br

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